Para construir o museu de arte e arqueologia do Vale do Côa cruzámos diversos factores: topografia, acessibilidades e programa. A fusão destes aspectos foi fundamental para a definição do conceito – conceber um museu enquanto instalação na paisagem.
A topografia revelou-se determinante nas opções, que devido à sua condição acentuada dificultava a relação entre a porta do museu e o respectivo interior. Assim, uma vez que a chegada acontece no ponto mais alto do mesmo, foi construída uma plataforma, terreiro, espaço de miradouro, de escala vasta criando deste modo um palco múltiplo cujo cenário é a esmagadora paisagem dos montes e vales.
Este é o momento de chegada e simultaneamente de contemplação, de lazer, de estacionar, de circulação pedonal livre e orientada…ao mesmo tempo o espaço onde se inicia a entrada do museu. A estratégia do corpo, na sua relação com a topografia, é natural, ou seja a plataforma assume como nível a cota de chegada, enquanto a condição do terreno verte naturalmente ao longo do edifício, destapando-o na totalidade no extremo.
No ponto mais alto do terreno, este corpo triangular está entalado entre dois vales (Vale de José Esteves e o Vale do Forno), estando a terceira frente virada ao encontro dos rios Douro e Côa.
Procurando a continuidade cromática da paisagem, optámos por uma expressão produzida por betão com inertes e pigmento de xisto (matéria abundante no local), resultando numa massa híbrida com textura (obtida por moldes feitos sobre as rochas locais).